Sentir de Outono Het herfstgevoel Amarelecendo, vão as folhas e vão os dias. Sempre cantando, ouvem-se ao longe, as cotovias. Amadurecendo, vão doces frutos, todos os dias Vão longe as férias, já relembramos, tais alegrias.
Há tons de ouro, de amarelo, e de castanho Tons de vermelho, os tons da paz, um tom estranho, Paira no ar. Folhas de Outono, dançam ao vento Que nas ramadas, vai a passar, como um lamento.
Em tons diversos, por entre as parras, lá nos vinhedos Por onde andaram, moços e moças, pairam segredos. Pairam seus sonhos, por entre as cepas, que os cachos deram. Pois as vindimas, fracas ou fartas, já se fizeram.
O vinho novo, na pipa velha, já está à prova. Para os magustos, agora temos, castanha nova. E, um sol ameno convida o homem, a repensar. O ar sereno, lembra que o tempo, não vai parar.
Vem a neblina, escurece o céu, e num momento, Surge a promessa, o dia toma um ar cinzento; Promete o verde, a mansa chuva, que molha a terra. Terra bendita, tu és a esperança, que a vida encerra.
Chega o Outono, vem carregado, de poesia. Chega a tristeza, sentimos perda, melancolia. Caiem as folhas, e, ao olhá-las cai-nos a alma. Mas, esta paz, da natureza, traz-nos a calma. Aida Viegas, Pensar Alto (Poesia), Aveiro, 1992, |
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