Meu caro Theo:
Eu conto-me entre os lusófonos que visitam o seu blogue, mas do que deixam rasto. E até o corrigem, quando o que escreve contém erros factuais, como aconteceu recentemente. Agora, permita-me dar-lhe a minha interpretação porque acontece aquilo de que se queixa.
Em primeiro lugar, porque o Theo escreve expressões que, não estando erradas, quase ninguém as emprega em português (ex: quebro a cabeça) o que só torna a sua prosa mais rica e característica, embora não convencional. Não é comum mas não está errado, dever-se-á corrigir? Acho que não.
Em segundo lugar, porque a tradicional cortesia portuguesa nos inibe de lhe apontar os defeitos no que escreve. Quem o lê não tem a intimidade consigo bastante para saber se não ficará aborrecido com as correcções que lhe apontam.
Em terceiro lugar, porque os portugueses em geral costumam ter um apurado sentido do ridículo. E a situação, vista do sentido da reciprocidade, é ridículo: qual é a autoridade moral de um português vir ao seu blogue corrigir o seu português, quanto ele nem sabe dizer "bom-dia" em flamengo?
Em quarto-lugar, evidentemente, a preguiça e a inércia. Para me penitenciar destas últimas, deixo-lhe a minha interpretação da correcção do texto que escreveu acima:
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Os lusófonos visitam com regularidade a casa portuguesa, mas poucos deixam um rasto. Porquê? Quebro a cabeça. Sei bem, por(que) muitos (d)os meus textos devem ser ilegíveis. Confesso, eu não escrevo o melhor português e nunca vou igualar a qualidade superior dos blogues lusófonos. Seja (como) que for. Convite (convido) todos para me ajudar (a) apurar os textos. Um formoso escritor flamengo dizia :"escrever é(,) anular". Palavras sensatas que vou tentar pôr em pratico (prática). Afinal, textos curtos são designadamente melhor e, os leitores leiam-nos (lêem-nos) mais facilmente, aliás a mensagem fica mais legível. Em caso de contos longos já muitos desistem. Esta verdade vale principalmente para os blogues. Escrever custa tempo mas anular frases ainda mais. Foi o filósofo grego Plato que dizia : " escrevo(-)te algumas linhas longas, porque não tenho tempo para escrever linhas curtas". Por isso vou esforçar-me para escrever menos frases mas melhor(es).
Como vê, o seu texto está muito longe de ser "ilegível". Mas, quanto ao que se propõe fazer, deixe-me avisá-lo da minha opinião: escrever em menos frases, de forma mais compacta, obriga a uma maior riqueza de vocabulário...
Cumprimentos de Lisboa
08-09-2008 om 12:03 geschreven door A.Teixeira
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